Tia Eron

Tia Eron, nascida Eronildes Vasconcelos, seu nome de batismo, é sinônimo de guerreira e carrega em sua história o marco de quebras de preconceitos em nossa sociedade carregada de conceitos machistas e racismo, que impõe a ideia de que as mulheres são inferiores e negros são de segunda classe.

Ainda na infância, sua mãe começou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus e a pequena Eron a acompanhava. Lá cresceu e desde nova começou a desenvolver seus talentos. Na sua juventude tornou-se “Tia” da EBI (Escola Bíblica Infantil), de onde surgiu o apelido que a acompanha até hoje.

Seu trabalho voluntário junto a igreja ganhou as ruas da Saramandaia e da Polêmica, com resultados e repercussão tão bons que revelou aos líderes e aos colegas de trabalho seu talento para lidar com o povo, e mostrando uma habilidade para política que ela mesma desconhecia.

Através desta aclamação disputou pela primeira vez em 2000 uma vaga como vereadora, sendo eleita com quase 13 mil votos e tornando-se a primeira mulher negra a conquistar uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador. Além disso, entrou quebrando um jejum de oito anos que uma mulher não era eleita vereadora na capital baiana.

Um dos seus primeiros atos foi buscar a reativação da Comissão Temporária de Combate a Discriminação Contra a Mulher.

Conseguiu, com muito trabalho e dedicação, reeleger-se em 2004 e 2006, permanecendo sempre entre os mais bem votados.

Sua vida política é destacada pela luta em defesa da mulher, a valorização dos negros e das crianças, tendo projetos como: alimentação diferenciada para as crianças portadoras de anemia falciforme nas escolas da rede municipal; prêmio Mulher Guerreira Maria Felipa que premia pessoas que batalham pelo fim das diferenças de raças.

Reelegeu-se vereadora em 2012, pela quarta vez consecutiva, vencendo com mais de 15 mil votos. Neste mandato foi vice-líder do governo na Câmara, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente de Constituição, Justiça e Redação Final.

Em 2014 concorreu pela primeira vez a Câmara Federal logrando êxito com 116,912 votos consagrando-a como a mulher mais votada da Bahia em todos os pleitos concorridos e a mulher mais votada em seu partido no Brasil.

Na vida partidária é coordenadora nacional do PRB Igualdade Racial e a primeira mulher a dirigir o PRB baiano.

Hoje além de deputada federal é mãe de um casal de jovens, viúva, bacharelanda de Direito, engajada nos trabalhos eclesiásticos em sua igreja e seu empenho em prol da luta pelas mulheres foi reconhecido internacionalmente com o Prêmio Mulheres em Destaque conferido pela organização Internacional Brazilian Women in Power em 2012.